O lema dos estudiosos da tecnologia na indústria foi “A internet é a máquina a vapor do século XXI”. Em outras palavras: agora está claro que a Indústria 4.0 virá. Mas qual é exatamente o próximo passo na rede inteligente de desenvolvimento de produtos, produção, logística e clientes?
Para uma melhor compreensão da Indústria 4.0, vamos dar uma olhada no passado:
- A primeira revolução industrial foi a introdução de sistemas de produção mecânicos no final do século XVIII.
- A segunda começou com a divisão da produção em massa do trabalho com a ajuda da energia elétrica no final do século XIX,
- A terceira seguiu com o uso do controle numérico e da TI para maior automação a partir da década de 1960.
Agora, o setor industrial está enfrentando outra reviravolta: as tecnologias de TI e de comunicação estão interligando a produção e o ambiente industrial de uma maneira completamente nova.
A cadeia de valor clássica, desde as matérias-primas, passando pelo desenvolvimento e produção até a logística, torna-se uma rede de valor. Os objetivos são flexibilidade e novas oportunidades de mercado para produtos por meio de serviços complementares.
Tecnologias, produtividade e organização do trabalho estão sendo revolucionadas. Esta é a única maneira de gerenciar economicamente ciclos de produtos mais curtos e aumentar as variantes de produtos com tamanhos de lotes pequenos até os únicos. No futuro, haverá uma Internet que conectará as coisas entre si e com as pessoas.
Os efeitos econômicos da Indústria 4.0 surgem principalmente em cinco campos de tecnologia. Este é o resultado de uma série de estudos feitos nos Estados Unidos. Os chamados sistemas embarcados, ou seja, sensores, software, microcontroladores juntamente com sistemas de comunicação, formam a base para a rede inteligente dos objetos anteriormente passivos.
Os objetos agora inteligentes podem registrar dados sobre sua condição e o ambiente a qualquer momento. Eles trabalham em rede e interagem com máquinas, pessoas, sistemas de tecnologia de informação e telecomunicações e outros objetos para formar um sistema cyber-físico. Isso é feito por meio de interfaces e protocolos definidos. Esses sistemas cyber-físicos, por sua vez, são a base da Smart Factory, a fábrica inteligente do futuro, que foi demonstrada na Feira de Chicago.
Uma rede social é criada a partir de máquinas e objetos inteligentes.
John Broadbent
Eles coordenam pedidos e prazos entre si para otimizar o tempo de produção e a qualidade dos produtos, bem como a utilização das máquinas. Tudo isso requer redes robustas, ou seja, redes de comunicação com fio e suportadas por rádio de alta disponibilidade. As grandes quantidades de dados resultantes são armazenadas, processadas e trocadas na nuvem. Esta é a única maneira de obter uma imagem digital da fábrica em todos os locais e limites da empresa a qualquer momento e, se possível, em tempo real.
Os aspectos de segurança são igualmente importantes. Precisamos de regulamentações legais para o manuseio adequado com eles, especialmente com dados pessoais. Por meio de anonimização, pseudonimização, privacidade por design, medidas organizacionais, podemos e levaremos a proteção e a segurança de dados a um nível extremamente alto. A riqueza de dados deve ser combinada com uma proteção rigorosa de dados. Os processos não devem se tornar inseguros quando são realocados para a Internet.
A Indústria 4.0 tem um impacto nos negócios de nossos clientes e o networking é uma grande oportunidade para a indústria brasileira defender e expandir seu núcleo tradicional e sua posição de destaque internacional. A Indústria 4.0 requer Internet de banda larga abrangente e alta estabilidade de conexão com tempos de latência garantidos. Se estabelecermos redes distribuídas de valor agregado.
Além disso, a indústria tem de se adaptar ao recrutamento e formação de futuros trabalhadores qualificados: são necessários perfis de competência próprios da Indústria 4.0 sem que a formação básica se torne obsoleta. O especialista em TI de negócios também deve ter módulos das áreas de engenharia mecânica ou engenharia elétrica. Idealmente, precisamos de cadeiras interdisciplinares nas universidades.
A experiência passada mostra que, no caso de mudanças disruptivas, mesmo os líderes do mercado mundial anteriores podem perder rapidamente o contato se não se adaptarem às novas circunstâncias em tempo hábil. Países econômicos como China, EUA, Grã-Bretanha ou Coreia do Sul têm programas especiais da Indústria 4.0 para uma industrialização ou reindustrialização mais rápida de sua economia nacional.
Autor: Fabricio Calvete Campos – Analista de Sistemas formado a mais a 20 anos apaixonado por tecnologia e movido a desafios.